segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Wagner não cumpre palavra e professor ganha menos que piso

O governo da Bahia paga aos seus professores salários inferiores ao piso nacional da categoria, apesar do governador Jaques Wagner, na campanha que o elegeu, ter prometido implantar o plano de carreira do magistério, assunto que hoje parece condenado ao esquecimento pela sua administração. A advertência é do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, para quem o governador não tem priorizado a qualificação do ensino.
“É preciso implementar uma sistemática de remuneração crescente para o magistério estadual, premiando a competência, comprometimento e assiduidade”, disse o ministro.
No seu comentário semanal, veiculado pela Rádio Metrópole às segundas-feiras e que é reapresentado por emissoras de diversas regiões do estado, Geddel Vieira Lima já havia se referido ao não cumprimento da promessa feita pelo governador aos professores, apontando a desvalorização dos profissionais de ensino como uma das razões para os índices educacionais negativos existentes na Bahia.
Segundo o ministro, além de não cumprir a palavra empenhada com os professores, o governador também não tem respeitado os repasses do Fundo da Educação Básica (Fundeb) e nem a nova Lei de Acesso Universal da Educação Infantil, relacionada com a extensão do ensino público através de creches e na pré-scola.
Ao analisar o que considerou “gravíssimo problema da educação”, Geddel Vieira Lima citou dados de 2008, do IBGE, revelando que 19% da população de Salvador com mais de 15 anos, não sabem ler e escrever. Na zona rural, esse percentual salta para 31,6%. Quando sobre esses percentuais se acrescenta os chamados analfabetos funcionais (incapazes de interpretar o que lêem), o índice na Capital sobe para 35,6% – um terço dos soteropolitanos – e no campo atinge a 55%, mas da metade de toda a população rural.
“São cifras inaceitáveis no século XXI, mesmo para um estado pobre como a Bahia”.
O ministro avalia que o governo Wagner tem como “prioridade exclusiva” na educação, o Programa Todos pela Alfabetização (Topa), uma versão rebatizada do Brasil Alfabetizado, do Governo Federal, cuja vinculação a administração estadual esconde.
“O Topa é importante? Claro que sim, mas a prioridade é qualificar o ensino, para chegar o tempo em que não precisaremos mais de programas como o Topa”, explica Geddel.
Na sua opinião, o estímulo aos professores, a universalização do ensino infantil, a implementação do ensino profissionalizante e ações voltadas para a melhoria contínua do ensino fundamental e médio são as prioridades que não estão sendo, sequer, vistas pelo atual Governo do Estado.
“Infelizmente estamos fabricando novos adultos sem escolaridade para os Topas do futuro. O que a meu ver é um grande equívoco”.
Ouça o comentário do ministro Geddel na rádio Metrópole FM

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