O presidente do PMDB da Bahia, Lúcio Vieira Lima, afirmou que o PT da Bahia é apenas uma sombra do que era quando foi fundado. Para ele, a prova de que o partido se perdeu ao longo dos anos é a falta de ética que tem ao querer como aliados, políticos que antes criticava. Avalia ainda que a Bahia precisa ter como governador alguém que seja mais que amigo do presidente, “ com capacidade de planejar e executar e que tenha vontade de trabalha”. As críticas do presidente do PMDB foram feitas em entrevista ao jornalista Jolivaldo Freitas, do site Notícia Capital. Confira a matéria na íntegra:
Antes do encerramento do ano o NOTÍCIA CAPITAL foi recebido por Lúcio Vieira Lima, presidente estadual do PMDB. Ele fez uma avaliação positiva do partido durante o ano que passou e não deixou pedra sobre pedra quando falou sobre o PT e o governo Wagner. Para Lúcio, o PT é hoje uma sombra daquilo que era em sua fundação ou raízes. Um partido que na Bahia executa as mesmas práticas - ao nível de governo - que criticava quando não estava no poder. “O governo petista tem como política repetir em maior escala todos os desmandos e tudo de ruim que havia no passado e que era seu carro-chefe nos seus discursos oposicionista”.
- Hoje vemos o governo fazendo o mesmo jogo, sem a menor vergonha, para tentar se manter no poder a qualquer custo. É a política do faça o que digo…
Um dos exemplos daquilo que considera como falta de ética e abandono da postura petista é o assédio que o governo petista vem fazendo a políticos que sempre criticaram e que eram considerados como inimigos do povo ou que eram acusados de várias formas. Ele cita o caso do senador César Borges, que foi hostilizado, denunciado e apontado como político nefasto pelas lideranças do PT nas campanhas políticas e que hoje é cortejado, paparicado e considerado essencial para uma chapa petista às eleições deste ano.
Lúcio Vieira Lima considera, por outro lado, normal a ascensão de César Borges, que vem também sendo cortejado por outros partidos. “Ele é a noiva da vez por ser um bom nome para concorrer ao Senado”. Lúcio observa que o senador foi muito feliz ao defender, nos últimos tempos, uma bandeira municipalista e ter se tornado uma espécie de porta-voz de prefeitos, num momento em que os municípios sofrem com a falta de recursos para tocar os seus projetos. “O que chama a atenção é o PT querer ao seu lado um político que ele mesmo chamou de retrógrado. O PT é que tem se mostrado desta forma”, disse.
Grampo
O líder do PMDB falou também sobre a onda de grampos que foram realizados contra pessoas de diversos partidos que não são coligadas ao governo Wagner, mesmo com autorização da Justiça e sob a égide de ação legal contra corrupção e desvios de conduta. Ele considera que o PT combatia o grampo em outros tempos e agora no poder pratica o desmando.
Tudo o que está acontecendo - explica Lúcio - “visa um estado de controle total, que passa até mesmo pela Assembleia Legislativa ou pela tentativa de intimidação do Tribunal de Contas (como foi o caso Pedro Lino)”. Em sua opinião o governo Wagner age tentando cooptar adversários a qualquer preço.
Campanha
Para o representante do PMDB a campanha eleitoral deste ano será um grande embate entre as legendas, mas o único jogador será Jaques Wagner “que tem usado a máquina pública a seu favor”. E cita que o governador tem “inaugurado” desde poços artesianos a poste de luz. Que anuncia obras que não seriam executadas “ou toma a paternidade de obras do Governo Federal”.
- Ele não tem obra feita com recurso estadual.
Entretanto, deixa claro, as dificuldades que os outros partidos terão, por falta de mecanismos para fazer o contraponto. Embora garanta que, mesmo jogando sozinho, o PT não consegue emplacar uma folga nas pesquisas. “Mesmo anunciando que tem 46 por cento das intenções de votos Wagner não chega aos 76 por cento que Paulo Souto, por exemplo, alcançou quando era governador. Isso mostra sua fragilidade por não ter feito um governo de trabalho”.
Lúcio Vieira Lima tem a visão de que a população acha que o governo Wagner já teve sua chance, cumpriu mal o seu papel e quer agora outra opção. “Desta vez entra o PMDB”, garante, explicando que o ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima terá um grande crescimento ao longo do período, até as eleições.
- A Bahia precisa ser reconstruída. Precisa criar condições de desenvolvimento. Precisa de um governador que seja mais que amigo do Presidente. Necessita de alguém com capacidade de planejar e executar e que tenha vontade de trabalhar; que não aparelhe o Estado e não persiga seus opositores - enfatiza o presidente estadual do PMDB.
Notícia Capital, 04 de dezembro
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário