terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A BAHIA E O CANGAÇO MODERNO

Oitenta anos depois, ninguém poderia imaginar que o Capitão Virgulino Ferreira, o Lampião, fosse relembrado. Primeiro no município de Santaluz e, agora, em Amargosa, onde um bando de 20 homens fortemente armados fez um arrastão assaltando bancos e lojas, disseminando o terror entre a população. O assalto é semelhante. Só muda a mística de Lampião com seus cangaceiros e Maria Bonita, confundido pelos nordestinos como uma espécie de justiceiro tentando resgatar a miséria e justiça dos coronéis interioranos, senhores da lei e do poder político. A difenciar só a carga pesada das metralhas e a forma de perseguir, antes pelas volantes da polícia despreparada e agora pela despreparada polícia. Parece dar no mesmo, invertendo as palavras, mas, não. O interior da Bahia está a mercê de quadrilhas como antes estava a mercê do cangaço que se refugiava nas caatingas. De mais a mais ficou igual, porque o tempo não distancia ações semelhantes. Pelo contrário, por incrível que pareça, aproxima.

(Samuel Celestino)

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